Retomando o aspecto da prevenção na mediação com casais
Renata Fonkert
Inspirada no artigo da Mia Schneider de fevereiro deste ano, quis compartilhar com nossos leitores mais uma reflexão de como a mediação pode atuar de forma preventiva antes dos casamentos e/ou uniões estáveis.
Os casais se unem geralmente apaixonados e com a expectativa de ficarem juntos por toda vida... Mas a vida é dinâmica e imprevisível.
Cada personagem tem uma família de origem e uma história de vida, com uma bagagem de vivências que irá interferir na construção do padrão interacional do novo casal e de seu desenrolar.
Com o passar do tempo, as diferenças vão surgindo e a importância de uma boa comunicação faz-se fundamental para que as diferenças sejam conversadas e o novo casal chegue ao consenso de como lidar e prosseguir.
Ao longo da vida, surgirão fatores e eventos como o nascimento dos filhos, a convivência com as famílias extensas, o desemprego, as propostas de emprego, enfim, várias são as possibilidades de novidades a serem vivenciadas e compartilhadas. Se o casal não “souber” dialogar em momentos importantes, provavelmente os conflitos irão ser mais frequentes. Cada qual com sua visão de como as coisas devem ser!
A mediação pré-união e casamento pode trazer como pauta de diálogo uma série de temas para que o casal imagine como lidaria com vários fatores e acontecimentos. Alguns dos mais importantes são: como avaliam sua comunicação e como lidam com suas diferenças? Como imaginam a divisão de tarefas domésticas? Como lidarão com a participação financeira? Como pensam a convivência com as famílias extensas?
Pensando nas heranças familiares e em relacionamentos anteriores, como cada um se vê trazendo para a relação comportamentos e emoções que se repetem, e que muitas vezes significam um desafio de ressignificação? Quais aspectos são da história de cada um e precisam de acolhimento e compreensão do parceiro para mudança? Ao mesmo tempo, quais as competências que levaram ambos a se apaixonarem e como reforçá-las em sua continuidade?
Outro tema fundamental é o nascimento dos filhos. Ambos têm esse projeto? Para quando e como imaginam? O que esperam que um filho vá modificar na vida do casal? Como se imaginam como pais? Quais as expectativas em relação ao outro? Como seriam as tarefas etc.
Enfim, muitos são os temas a serem conversados e refletidos em uma possível mediação pré-união/parceria.
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